Foi encerrado o primeiro semestre do ano 2023 do Projeto Escola de Terreiro: uma experiência de educação quilombola no Mundo Novo, em Buíque, financiado pelo Fundo Baobá. Tal financiamento foi conquistado através da inscrição no edital Educação e Identidades Negras: políticas de Equidade Racial, feita pela Associação dos Quilombolas e Descendentes de Buíque, o ano passado. O projeto foi selecionado entre mais de 80 projetos de diversas partes do Brasil.
Para os integrantes da comunidade quilombola do Mundo Novo, essa parceria com o Fundo Baobá, que é conhecida nacional e internacionalmente na luta por igualdade e justiça de todos os povos que compõem a diversidade do povo brasileiro, é uma “grande honra e uma grande responsabilidade”.
Na primeira etapa da Escola de Terreiro foram realizadas várias ações no território quilombola do Mundo Novo: no dia 02 de abril passado, aconteceu o seminário de abertura, no terreiro da casa de Zefa, onde reuniram-se estudantes das séries iniciais do Ensino Fundamental que estudam na Escola Municipal Quilombola Ana Rosa de Almeida, localizada no território; professores do ensino superior que ministrarão aulas no curso de Educação Quilombola, que será oferecido em parceria com a Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde; professores cursistas, que são quilombolas e não quilombolas que atuam em escolas que recebem estudantes do nosso território; representantes da Secretaria de educação do Município de Buíque e também da Secretaria da Mulher de Buíque. Se fizeram presentes autoridades e convidados, como também contou com a participação dos Mestres do Notório saber que estão sendo a base dos conhecimentos da história e cultura do povo preto do Mundo Novo trabalhados no projeto.
O principal objetivo do projeto Escola de Terreiro, é implementar uma experiência de educação quilombola no Mundo Novo. Nesse movimento, além do seminário de abertura que contou com a palestra de Romero Almeida, quilombola de Vicência, que hoje é Gerente da Educação Quilombola na Secretaria do Estado de Pernambuco, foram realizadas mais três disciplinas do curso, dois encontros com estudantes do território e mais dois encontros para formação das lideranças das duas associações da comunidade.
O projeto prioriza a contração da maioria dos trabalhadores locais, fazendo os recursos circularem no território e no município, como também a compra de produtos locais para oferecer uma alimentação ancestral aos participantes. Todo esse trabalho está sendo possível graças a parceria da Prefeitura de Buíque, através das Secretarias da Mulher e da Secretaria de Educação, o Fundo Baobá, a AESA, e especialmente, a comunidade local que realiza uma experiência de educação quilombola no mundo novo, tendo a frente a Professora Irailda Leandro, Coordenadora do Projeto.
